terça-feira, 18 de agosto de 2015

Livro Publicado

Amigos
Publiquei um livro pelo sistema KDP Amazon. Trata-se de um romance espiritualista sobre adoção de criança, traumas psicológicos envolvidos, personagens complexos, necessidade de perdão, humildade, aceitação e principalmente de afeto.

Título: A FILHA DO CORAÇÃO - Herança Espiritual


Biografia:


Lourdes T. Thomé, aposentada; gosto pela leitura e escrita desde a infância. Atualmente dedica-se aos temas de espiritualidade envolvendo dramas familiares e sociais com personagens complexos, perfis psicológicos rebeldes, quebra de preconceitos, seres que necessitam de equilíbrio, perdão, aceitação e afeto. Busca através de romances compartilhar com o leitor o conhecimento adquirido e em constante aprendizado, relacionado ao espírito, a jornada na terra, as provas individuais e a missão individual rumo à conquista da felicidade e melhoria íntima.

http://www.amazon.com.br/gp/product/B013A561XQ?*Version*=1&*entries*=0

domingo, 31 de maio de 2015

Pode um Cristão dormir?

Texto elaborado na aula de Produção Literária do Neti, em 28/5/15, sob a orientação da Professora Edna Domenica Merola. (Foram apresentadas várias frases soltas, extraídas dos livros da professora/escritora Edna, com a finalidade de construção de um novo texto que aproveitasse as falas, com rubrica e personagens).
(Nota: as palavras escritas em itálico e negrito constituem as frases ou parte destas retiradas do texto apresentado).

  Pode um Cristão dormir?

Dois empresários encontram-se num café e acomodados em confortáveis poltronas, conversam:

 Simone, indaga com ar de inquietude, ao amigo João:

- João, “quais parcerias com clientes são incentivadas em sua empresa”?

João faz uma pausa, olha para a amiga e responde:
- Agora nenhuma. Com essa crise e com tantas investigações, confesso estar receoso de alguns acordos não muito éticos que realizamos visando à sobrevivência da empresa. Ou aceitávamos as condições propostas ou éramos excluídos das negociações.

Simone (espantada) pergunta:
- Parcerias com quem? Quais os agentes e órgãos envolvidos? Também quero participar...

João:
- Santo conta o pecado, mas não o pecador”!

Simone replica:
- Ora, Santo colabora com CPI, Delação Premiada, auxilia o Ministério Público, principalmente quando a “coisa” fica feia, e é descoberta a negociata... Essa é uma boa alternativa a ser considerada. Que tal?

João:
- Santo não é dedo duro, minha gente!

Simone rebate:
- Vá pastar!

João:

- Como se isso fosse possível... Neste momento eu preciso estar atento. Pastar é descansar e eu não posso me dar este luxo.
Simone:
- Não que eu saiba...

João (em tom queixoso) prossegue:
- Se é que há horas vagas! Nesta batalha de matar um leão por dia e ainda ter que esconder a arma da polícia, o crime do IBAMA, cuidar para não ser preso, não dá para pastar, sonhar com horas vagas, deixar a mente divagar. Preciso estar atento para continuar em liberdade.

Simone:
- O que você está fazendo é tão grave assim?

João:
- Ah! É como ondas vagas que ondulam e azulam lá na Praia do Poeta. Só que depois somem na imensidão do mar, restando apenas a areia escura.

Simone:
- Você conhece o José Pontes que é irmão do Salomão Pontes que serviu o exército em Agulhas Negras?

João:
- Você se refere àqueles dois que estão presos lá em Curitiba envolvidos no escândalo da ”Lavação”?

Simone:
- Estão presos? Que pena, eu até cogitei em pedir a interferência deles para conseguir alguns contratos para a minha firma, mas, já que estão em cana... Paciência.

João (ironicamente) diz:
- Nestas alturas, quando as “maracutaias” são descobertas eu digo: não. Nem nunca vi Agulhas Negras!

Simone:
- Depois dessa estou indo, senão também acabo presa... Já é hora  de cristão estar dormindo...

João (com gesto de anuência) diz:
- Dormir é uma forma de preservar a liberdade, de não cair em tentação, não errar, para depois correr o risco de ser descoberto, preso e condenado. Infelizmente eu já não tenho mais o sono tranquilo. Por que será?  Oh! Vida, o que eu fiz? Eu deveria ter utilizado meu tempo assistindo a novela televisiva Salve Jorge.
Adicionar legenda

Simone (em tom de zombaria) arrebata:
- Creio que pelo que você contou, está apto a escrever um capitulo denominado: “Salve o João”.

João (entristecido)replica:
- Depois desta, eu vou embora e tentar dormir sobre uma caixa de chocolate”...

Simone complementa:
- Faça bom proveito. Afinal chocolate dá para comer em qualquer lugar, até na prisão...

João:
- Esta matou... Nem com chocolate será possível dormir... Até breve!
Imagens Freepik

Simone:
- Boa sorte, amigo!


domingo, 24 de maio de 2015

Encontro Inesperado

Teatro: Texto construído mediante a apresentação e escolha de imagens apresentadas.
Personagens: duas figuras em gesso, uma representando um anjo portando um livro e a outra um mordomo segurando uma garrafa nas mãos.

ENCONTRO INESPERADO

O mordomo segurando uma garrafa de champanhe dirigindo-se até a sala de visitas, detém-se a observar os raios de sol que adentram na antessala pela janela aberta. Fixando o olhar para o céu, observa a beleza do dia, sentindo-se frustrado, resmunga:

Mordomo:
- Oh! Vida difícil.
Neste devaneio depara-se com a figura de um anjo, portanto nas mãos um livro luminoso. Este lhe acena com um cumprimento, ao qual ele responde num lamento:
Mordomo:
- Que sina nós temos. Eu sirvo aos nobres e ricos e você também está ai a serviço de Alguém importante. Somos meros trabalhadores.

O anjo, sorrindo responde:
- Ah! Eu me sinto feliz, pois tenho a oportunidade de servir a nobreza do céu. Meus patrões são especiais, e, portanto, eu também o sou.

Mordomo espantado indaga:
- Eles lhe tratam bem?

Anjo:
- Sim! Eu acompanho meu Senhor na tomada de decisões. Porto sempre comigo o livro do Bem. Comumente sou consultado antes das deliberações. E você está satisfeito com a sua atividade?

Mordomo:
- Francamente não. Sou utilizado como um cabide, um traz e leva coisas, que após atender aos amos torna-se invisível. Chamam-me, passam as ordens, mas não se detém a conversar comigo. Sou um mero servo: ouço e atendo.

Anjo:
- Entendo a sua reclamação. Concordo que é difícil permanecer mudo no desempenho de um trabalho quando temos tanto assunto para compartilhar. Eu me sentiria infeliz se não pudesse opinar no desempenho de minha atividade. Gosto de abrir o livro da vida e da morte e passar as sugestões para os meus Senhores.

Mordomo:
- Você quer dizer que não é um simples subalterno como eu.

Anjo:
Não, eu sou um assessor gabaritado e prestigiado pela Chefia. Atendo as determinações do meu Senhor e geralmente protejo aqueles que por ele são escolhidos. Inclusive, se houver motivos, eu até intercedo pelos selecionados.

Mordomo:
- Você que é feliz. Eu ao contrário não sou ouvido, sequer percebido; não protejo ninguém. Simplesmente trabalho trazendo e levando coisas, escutando e cumprindo ordens. Querem-me invisível e sempre em prontidão.

Anjo:
- Você parece estar insatisfeito. Um dia qualquer isto poderá mudar, e quem sabe você possa ser um dos chamados e escolhidos para atender ao meu Senhor. Quer juntar-se a nós?

Mordomo, surpreso olha para o céu, pensa e diz:
- Acredito que não. Ainda é cedo, prefiro ficar na terra ainda por um bom tempo. Pensando melhor, até que minha atividade não é tão ruim assim.

Anjo:
- Você é que sabe. Quando quiser mudar de ambiente e juntar-se a nós é só avisar. Poderei interceder e obter uma ótima vaga para você nesta Casa Celestial.

Mordomo:
- Prefiro aguardar e servir aos patrões da Terra. Mas obrigado pela oferta. Ah! Por favor, esqueça-se de minha pessoa por muitos anos.

Anjo:
- Atenderei seu pedido. Se mudar de ideia é só me avisar. Por enquanto, adeus e até outra oportunidade.

 Um som de sineta seguido de uma voz forte e sonora é ouvido, interrompendo a conversação:
Imagens Freepik

- João Alfredo, Cadê a champanhe? Estou aguardando. Apresse-se homem!

Mordomo, animado apressa os passos e diz:
- Estou chegando, senhora!...










segunda-feira, 4 de maio de 2015

Os Livros e as Amigas

Os livros e as amigas:

 Encontraram-se numa grande livraria, enquanto Lúcia cruzava o corredor, em busca dos livros de autoajuda; deu de cara com Lorena, antiga colega sua também aposentada:

Lúcia diz:

- Lorena, quanto tempo? Você ainda gosta de leituras pelo que vejo; continua fascinada pelos romances clássicos?

Lorena responde:
- Oh sim! Ainda mais agora que tenho tempo. Li todos os clássicos nacionais iniciando com MACHADO DE ASSIS, indo aos portugueses, ingleses, franceses, até os russos e muitos outros. Livro é cultura, é uma forma de conhecer o passado, as pessoas, as culturas, de entrar em sintonia com a história, pois na escrita encontro subsídios para entender o presente e o futuro. E você, continua naquela sua linha apelativa de “autoajuda”, tipo “como conseguir sucesso e prosperidade” ou como ter energias positivas” toda essa bobageira, escrita com o intuito de iludir os tolos?

Lúcia engole a seco, faz uma cara contrariada, suspira, para então retrucar:

- Amiga você continua a mesma, super sincera, nada afável, defendendo ferrenhamente suas opiniões como se fossem as melhores e todos devessem pensar e agir igual a você. Eu leio muito, inclusive romance, de preferência os mais atuais, os best-sellers, mas ainda concentro minha preferência nos livros de autoajuda. Descobri um autor americano, chamado Joseph Murphy, que é maravilhoso, Tem mensagens fantásticas, inclusive aproximou-me de Deus e auxiliou-me a ter paciência com pessoas egocêntricas.

Lorena olha com desdém para a amiga e fala:
- Depois de tanto tempo gasto com esse tipo de leitura, diga-me, você enriqueceu?

Lúcia olha atravessado para a colega e responde:

- Financeiramente eu continuo no mesmo patamar, que é o que me agrada. Tenho proventos que me proporcionam uma existência digna, porém, o que eu obtive foi prosperidade que é um anelo entre o equilíbrio financeiro, familiar, social, religioso e em consequência a felicidade. Sinto-me equilibrada.

Lorena diz com desdém:
- Você sempre foi muito certinha, preocupada com a humanidade. Eu leio para interagir com o mundo glorioso do passado, empolgando-me com sua riqueza, seu luxo, a vida em castelos, a educação refinada, coisas que não se vê hoje em dia. Agora todos são muito iguais. Acabou a” finesse”.

Lúcia sorri e diz:
- É você continua a mesma criatura preconceituosa...

Lorena fala:
- Ora, eu apenas valorizo quem merece, não penso que todos sejam iguais; existem pessoas mais cultas, de índole e família nobre, com tradição. Essa modernidade me incomoda.

Lúcia fala:
- Percebe-se. Bem, foi um prazer revê-la, mas vou me dirigir à minha seção que fica no segundo andar.

Lorena fala:

- Lúcia, vamos marcar um café para conversar, afinal temos tanto em comum, e eu estou sem amigas.

Lúcia pensa:
(Também, com este comportamento radical, considerando-se superior, só tende a afastar as pessoas). E então responde:

-Está bem, eu ligo qualquer dia. Agora me deixe, pois estou com pressa. Tchau...


Imagens Freepik
Lúcia ouviu Lorena dizer:

- Até a semana que vem; vou ligar para você e nos encontraremos... Tchau amiga...


Lúcia pensa em voz alta:



_ Vai sonhando que vou passar uma tarde com você!...

Louco Amor

Louco Amor na Melhor Idade
Luciana conversa com sua irmã Marli. Estão sentadas confortavelmente numa cafeteria, num canto isolado, bebericando um café e beliscando uns docinhos.
Marli interpela a irmã:
- Luciana, eu percebo que você anda muito alegre, sorridente; o que está deixando-a assim tão feliz?
Luciana esboça um sorriso e diz:
- Ah! Marli, eu estou apaixonada. Conheci uma pessoal especial, da minha idade e estou completamente envolvida.
Marli espantada retruca:
- Você está louca? Na sua idade cometer essa insensatez? Esqueceu que já está na terceira idade? Isso é loucura.
Luciana, sorrindo alegremente diz:
- AH! A doce loucura do amor. Amo porque sou louca e sou louca porque amo. Dá para entender?
Marli contrariada repete:
- Você está completamente louca! Um sentimento desses agora é contrário à razão. Você já está aposentada.
Luciana, com ar brincalhão argumenta:
- Estou aposentada para algumas coisas, como por exemplo, o trabalho, isto não quer dizer que desisti dos prazeres da vida, ainda mais agora que conheci um sujeito pelo qual vale a pena perder a razão.
Marli censura a irmã dizendo:
- Ponha-se no seu lugar, você é uma viúva, com filhos.
Luciana responde:
- Como você bem lembrou, sou uma viúva, portanto, quem morreu foi ele, e isto aconteceu há alguns anos. Quanto aos meus filhos, estão casados e cuidando de suas vidas. Muito justo que eu encontre novos rumos e satisfações no tempo que me resta. Penso seriamente em voltar a compartilhar esta jornada com um homem. E que homem!
Marli aborrecida repreende a irmã:
- Está ouvindo! Completamente louca, e até falando uma linguagem vulgar. Não estou reconhecendo a irmã séria e sensata que você era. Imagine, daqui a pouco você será uma velha de bengala!
Luciana fala:
- Continuo uma pessoa séria, contudo, acrescentei um elemento a mais em minha vida, o amor, ou a loucura como você diz. Quanto a bengala, eu ainda não preciso, creio que tenho alguns anos saudáveis para curtir. E qual o problema de precisar de apoio para andar?Eu e o meu louco amor estaremos “bengalando” juntos.
Marli fala apreensiva:
- Vamos ver até onde esta besteira irá! Aguardo que você recupere o juízo. Tomara que não demore.
Luciana, tomando um gole de café, responde:
- Se estar amando agora é estar louca,eu estou louca de paixão, e vivendo intensamente. Ao invés de me recriminar, você deveria pensar em voltar a se apaixonar novamente, afinal, está divorciada há mais de três anos. A vida a dois pode ser boa quando se encontra uma pessoa que tenha afinidade conosco. Você deveria tentar, procurar se aventurar, permitir-se conhecer outras pessoas, e assim poderá fazer escolhas. Permita que o novo entre em sua vida. Consinta que a loucura chegue até você.
Marli rispidamente diz:
- Completamente doida! É assim que eu a vejo. Deixo estas bobagens para você, longe de mim. Vou embora, pois esta conversa aborreceu-me.
Luciana sorrindo diz:
- Sou uma louca que ama na velhice e sou louca por me permitir amar. Ah! Você deveria experimentar, é tão bom!
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Marli levanta-se da cadeira, e diz:
- Tchau, depois desta vou indo. De castigo, você paga e conta.
Luciana permanece sentada, e fala:
- Está bem! Esta conta, isto é, este café é uma homenagem ao amor. Até breve irmã!





Pressa na Direção


    Série Diálogo sobre “Cidadania”
Pressa na direção
Maura estava no carro com sua neta Letícia. A avó estava ao volante. Chegando próximo da Universidade, a motorista parou antes da faixa de pedestres, possibilitando a passagem de inúmeras pessoas. O carro que estava atrás buzinou estridentemente.
Maura sorri e diz:
- Olhe, que absurdo! Eu parei o veículo na faixa de pedestres para os transeuntes passaram, e o motorista do carro de trás irritou-se e apertou a mão na buzina. Que horror! Detesto esse barulho.
Letícia diz:
- Ora vovó, paciência, deve ser algum aluno atrasado para a aula.
Maura retruca:
- Querida você está sendo muito condescendente. Nada justifica o desrespeito às leis. Nem mesmo a pressa. Além do mais, se eu continuasse correria o risco de atropelar os caminhantes, pois eles também estão apressados e já estavam adentrando na faixa.
Letícia fala:
- Rápida vovó, as colegas estão me aguardado! Temos trabalho de grupo.
Maura, com o carro em movimento lento, diz:
- Vou dar espaço para este motorista passar, pois quero ver quem é. Aposto que é jovem!
Letícia diz:
- Não seja preconceituosa dona Maura! Os jovens dirigem muito bem.
Maura  (olha para o lado) e instintivamente complementa:
- Veja, eu não falei? É jovem, e ainda uma garota! Estas são as mais impacientes e impulsivas. Tenho observado que geralmente também são mulheres e jovens os motoristas que não param ou dão passagem quando preciso sair do portão do prédio, com o carro em direção à rua.
Letícia diz:
- Você precisa entender, nós temos sempre muita pressa. Não somos aposentadas, temos compromissos, ânsia de viver e geralmente os idosos são muitos lentos e cautelosos na direção, param por qualquer motivo, dão a preferência para todos. Chegam a ser irritantes.
Maura retruca:
- Já fui jovem, e cometi alguns erros. Foi pura sorte não ter me acidentado ou prejudicado alguém, apesar de naquela época a quantidade dos carros serem um centésimo do que é hoje. Ah! Se eu pudesse transmitir a juventude um pouco deste aprendizado! A pressa não leva a nada: causa mais problemas.
Letícia contra argumenta em tom irônico:
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- Ora vovó, os jovens merecem ter suas próprias experiências. Eles não querem ouvir conselhos dos mais velhos. Somos outra geração, outro pensamento, filhos da era da informatização. Desculpe-me dizer, mas vocês são ultrapassados.
Maura, com um sorriso melancólico argumenta:
- Talvez por isso mesmo essa interação seja necessária. Vocês já nascem muito agitados, não sabem mais brincar, ficam presos ao computador, tablet, celular, todo o tipo de máquinas. Pensam que dirigir é como tocar um botão num simulador de jogos eletrônicos. Esquecem que existe o Ser Humano tanto na frente como atrás da máquina.
Letícia, levemente contrariada fala:
- Nunca chegaremos num acordo neste assunto.  Olhe ali estão minhas amigas. Pode parar?
Maura responde mansamente:
- Calma, vou procurar um lugar adequado para parar e então você poderá descer. Ah! Ali tem uma vaga para estacionar. Aguarde e então você poderá abrir a porta e sair.
Letícia irritada retruca:
- Está bem! Você manda, afinal está no volante e eu sou a corona, já que não me deixa ficar com seu carro.
Maura estacionando diz:
- Ainda é cedo para isso. Sua mãe precisa autorizar e ela ainda não permite que você saia sozinha dirigindo por ai.
Letícia abre rapidamente a porta do carro e saindo diz:
- Tchau vovó. Venha me buscar lá pelo final da tarde.
Maura pacientemente diz:

- Está bem querida! Boa aula.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Envelhecimento: uma passagem na vida.

  Envelhecimento: uma passagem na vida.

Envelhecer é mais uma passagem, entre tantas, que ocorrem na vida; aonde o tempo se vai, o corpo perde o viço, enquanto a alma evolui. Se o físico apresenta desgastes, o espírito é aprofundado com as inúmeras experiências acumuladas ao longo dos anos.
Ainda não entendi por que desgosto das expressões: “idoso”, ou “melhor idade.” Todavia, concordo que são mais aprazíveis do que “velho”, palavra pejorativa, geralmente utilizada para designar algo “inservível ou inútil.”.
Sinto-me um ser vivendo com maturidade, quando as lembranças das experiências passadas ficam mais nítidas e ganham novo significado, pois compreendo melhor os meus sentimentos pretéritos, aceitando as deficiências e enaltecendo as qualidades próprias e das pessoas que comigo conviveram. O que antes era mágoa transformou-se em entendimento e aceitação.  A beleza e a rigidez das carnes cedeu lugar a movimentos mais lentos, porém, mais calmos e expressivos. As emoções são menos cortantes e as atitudes mais flexíveis. Agrada-me ser identificada como uma pessoa na maturidade, pois o envelhecimento traz consigo esta maturação. Comparo o ser humano com um carro: quando novo, o motor é seco, precisando de rodagem para amaciar, existindo um período em que atinge o ápice de rendimento e agilidade; contudo, para manter este ritmo ele precisa de manutenção e eventualmente substituição de algumas peças. Já a criatura necessita de um cuidado especial com a parte externa que é o físico, equivalente à carroceria do automóvel, e a banda interna, o mental, corresponde à complexa engrenagem do motor. É justamente neste período que o ser amadurecido passa à condição de condutor e o veículo torna-se a jornada, assumindo a quilometragem já percorrida e admitindo o que resta a percorrer.
Amadurecimento é parte integrante da caminhada terrena e a sabedoria está em aceitá-lo, desfrutando das benesses e acatando as adversidades, contudo, prosseguindo na estrada, onde sempre haverá um horizonte, um destino.

Envelhecer equivale a um por de sol: muitas tardes belas, algumas nubladas, outras chuvosas e até com tormentas, mas sempre se espera um novo dia, um novo raio de luz.
Imagens Google




segunda-feira, 9 de março de 2015

A PORTA DO BANCO


A Porta do Banco

Assisti a uma palestra onde o expositor comparou os reveses da vida com uma porta blindada de uma entidade bancária. Para adentrar no recinto, precisamos deixar todos os objetos de peso, de metal. Muitas vezes reviramos a bolsa e os bolsos, depositamos todas as quinquilharias consideradas empecilhos para o nosso acesso, e mesmo assim, a porta continua travada. Ficamos irritados, apreensivos ou revoltados, até acalmarmos e descobrir a razão do impasse. Desvendamos, após inúmeras tentativas e muitas vezes através do auxílio dos seguranças, que o item impeditivo era uma moeda escondida, uma caneta, ou até um metal da constituição da pasta, do cinto, entre outros possíveis obstáculos.
Na jornada humana acontece como na entrada dos bancos: sem saber ou entender, paramos num determinado ponto e ficamos girando, contudo retornando local inicial, sem avanço, sem mudança de rumo. É como se tivéssemos algum peso, expresso na forma de sentimentos, segurando nossa evolução, o qual pode ser constituído por mágoas, raiva, ódio, inveja, egoísmo, orgulho, egocentrismo, mesquinharia, e tanto outros males que nos afligem e dos quais sequer temos consciência. Somente no momento em que decidimos que precisamos prosseguir no caminho, encontrar um rumo, uma mudança, um novo objetivo, é então que percebemos a força da trava que nos impede de andar, e nos deixa rodopiando, retornando à posição de largada. Será preciso abrir a alma e dela retirar toda a negatividade de forma a nos possibilitar o movimento de andar e então aportar numa nova etapa da existência e atingir as metas aneladas.

Entretanto, será constrangedor escancarar nossos sentimentos ocultos, mostrá-los a nós próprios, deixá-los desnudos, e o passo mais difícil, desfazer-nos deles. Afinal, estamos acostumados a carregar esses trambolhos. Contudo senão adotarmos essa atitude de desapego, continuaremos paralisados, trancados num espaço onde somos por todos observados, porém, sem que fixemos o olhar em nosso mundo interior. E assim, a porta permanecerá paralisada, cujo único movimento efetuado será o de retorno à entrada, onde para avançar teremos primeiramente que nos desfazer dos objetos inadequados que carregamos.
Um segurança, um amigo, um parente, um estranho poderá apertar o controle para que retornemos até a posição inicial, mas, nós é que deveremos abrir os compartimentos e retirar os objetos inadequados que guardamos  depositando-os no lugar apropriado. Posteriormente, desvestidos dos excessos é que o portal movimentará, possibilitando a passagem rumo às realizações.


Google Imagens
O caminho evolutivo realmente assemelha-se a uma porta blindada de banco, cabendo somente a nós à habilidade de permissão para facilitar o acesso em direção à vitória, às conquistas almejadas!